A transformação digital das organizações (1/2)

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

 

A transformação digital - tema que está na ordem do dia nos comités executivos,  desafia a realidade das empresas. As mudanças anunciadas pela revolução digital levantam questões profundas nos diferentes níveis das organizações. Para as grandes empresas (e não só) está na altura de dar sentido a essa transformação digital, tão promissora quanto temida.

Se os sites comerciais são precursores e exemplares da digitalização do comércio, todas as atividades são afetadas por esta transformação digital. Nenhuma empresa vai escapar a um futuro (ou será presente?) em que as pessoas e objetos estão conectados a qualquer hora, em qualquer lugar, em qualquer dispositivo.
Mesmo as atividades mais enraizadas estão em causa: a medicina (telecirurgia), a agricultura (drones, trator não tripulado), os transportes (e-tickets), o setor hoteleiro - restaurantes e hotéis – são setores condicionados e que sofrem o impacto do mundo digital através de plataformas de reservas online, comparadores, opiniões dos consumidores, conversas em redes sociais, etc..

Transformação digital – a desmaterialização/digitalização da empresa

Os exemplos mencionados indicam em alguma medida o que significa transformação digital para as empresas. O digital não impacta apenas a maneira como se vende produtos ou serviços, mas a atividade profissional como um todo.
Do que se trata exatamente a transformação digital? Simplificando, a transformação digital da empresa resume-se à digitalização dos seus negócios, "qualquer" atividade e não apenas a digitalização de canais comerciais, de marketing e comunicação.
Em primeiro lugar, a transformação digital não é um fenómeno novo: a informatização empresarial foi o primeiro passo. Em seguida, os primeiros sites comerciais (anos 90) ofereceram um aspeto mais dinâmico e funcional para os consumidores. A Amazon esteve na liderança deste processo.
Até ao início deste século, a economia tradicional e economia digital ainda poderiam coexistir. Todavia, a economia digital tem vindo a esmagar a economia tradicional…o que significa que atualmente é praticamente impossível existir um negócio que não faça uso do canal digital.

 

Transformar as empresas do século passado

Se o tema da transformação digital é frequentemente discutido também significa que na globalidade as pessoas estão cientes de que computadores, redes, software, algoritmos e "dados" estão a transformar o mundo "pré-digital" das gerações "baby boomers" e "X". Em suma, todos os que têm mais de 35 anos. O conceito de transformação digital destina-se principalmente a eles. As gerações seguintes, os "nativos digitais", esses não precisam ser “convencidos”, pois é algo com que vivem “naturalmente”.
As gerações também se aplicam às empresas. Portanto, as empresas que nasceram antes dos anos 90, construídas sobre um antigo modelo devem reinventar-se para se adaptarem à era digital.
Comparativamente, as start-ups prosperaram numa cultura digital omnipresente, estruturadas em novos modelos de desenvolvimento de criação e organização, com uma nova visão de trabalho (gestão colaborativa). Estas organizações são obviamente um modelo de inspiração às que precisam de se adaptar ao mundo digital.

Transformação Digital: Modelo de negócio, experiência do cliente, organização

A transformação digital não é "apenas" a digitalização dos negócios... A transformação digital implica mudar a atividade da empresa - num mundo digital e conectado - em torno de três eixos fundamentais:

  • Modelo de negócio
  • Experiência do Cliente
  • Organização

No próximo artigo iremos detalhar cada um destes eixos.

A Transformação Digital em destaque no evento da Cegoc: Business Transformation Summit

A transformação digital será um dos temas em destaque no evento Business Transformation Summit, que acontece a 29 de setembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Pode consultar os detalhes do evento no site: http://btsummit.cegoc.pt/.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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