O mundo já não é VUCA… é BANI

Catarina CorreiaHead of Marketing & Communication na CEGOC

Ainda arrastados pelo rescaldo da crise pandémica de 2020, vivenciamos uma profunda transformação com impacto não só nas organizações, como nos modelos de negócio e nas competências profissionais essenciais para operar num mercado de trabalho altamente digitalizado. E diante de um universo cada vez mais imprevisível, acelerado e caótico, a noção de VUCA deixou de ser suficiente… Pelo que chegou a hora a de dar as boas-vindas à nova buzzword do momento, BANI, e a todas as implicações que ela anuncia e que irão moldar a nossa atuação individual e coletiva nesta nova realidade. 

 

 

Quase todos já ouvimos falar no acrónimo VUCA (Volatile, Uncertain, Complex, Ambigous). Surgido no final da década de 80, em contexto militar e de pós-Guerra Fria, este conceito foi posteriormente utilizado para descrever o novo mundo nascido depois da queda do Muro de Berlim – um cenário pautado por instabilidade, insegurança, transformações rápidas e complexas, agitação social, novas tecnologias emergentes e desafios globais. 

Porém, o decorrer da História e os acontecimentos desconcertantes decorridos sobretudo nos últimos anos (digitalização crescente, crise climática, desordem política e uma pandemia global) comprometeram o sentido da buzzword VUCA, tornando-a obsoleta e marcando a passagem para um novo cenário mundial: BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible)Criado pelo antropólogo e futurista Jamais Cascio, o fundador do think tank “Institute for the Future”, este conceito marca uma transição da volatilidade para agilidade, da incerteza para a ansiedade, da complexidade para a não linearidade e da ambiguidade para a incompreensão. Este neologismo, que contou até com um painel dedicado no World Economic Forum 2021, destaca as seguintes tendências: 

- Brittle (Frágil)

A volatilidade deu lugar à fragilidade de um sistema interligado que pode funcionar perfeitamente, mas colapsar sem aviso e a qualquer instante – como aconteceu recentemente com a rutura das cadeias de abastecimento durante o confinamento, o que afetou o comércio global, provocando um efeito dominó. Hoje trabalhamos e vivemos numa base quebradiça, altamente suscetíveis à noção de catástrofe. 

Anxious (Ansioso)

As incertezas do mundo VUCA geraram um cenário de medo, insegurança e impotência perante a mudança. As pessoas tornaram-se negativas e passivas, resguardando-se de tomar decisões que resultem em erros, mas desesperando-se simultaneamente por perderem oportunidades. Proliferam as notícias angustiantes, as conspirações, a pseudociência, as “fake news” e os “influencers”, que ajudam a aumentar o grau isolamento e alienação, assim como os sentimentos de depressão e ansiedade.  

Nonlinear (Não-linear)

A complexidade tornou-se não-linear e marcada especialmente pela desconexão entre causa e efeito. As peças e os factos deixaram de se encaixar perfeitamente e as referências e soluções anteriores, do passado, já não se aplicam no presente – nem tampouco o pensamento estruturado, porque o mundo em si está desestruturado. Neste contexto, os planeamentos detalhados e a longo prazo deixaram de fazer sentido e até pequenas decisões podem ter impactos desproporcionais, tanto benéficos como devastadores.  

- Incompreensible (Incompreensível)

Tentar entender resultados não-lineares advindos de qualquer causa, evento ou decisão tomada carece hoje de lógica ou propósito. A ambiguidade deu lugar a um momento de violenta incompreensão. E o facto de vivermos na época dos Big Data, da superinformação e da aceleração não parece ajudar em nada a encontrar as respostas que precisamos. Tanta rapidez deixa-nos sem saber como agir e entender o mundo. 

Contudo, dar as boas-vindas a um novo mundo BANI não significa aceitar uma nova era de catástrofe e apocalipse. Trata-se de um modelo de definição que aporta uma nova lógica para guiar a nossa postura pessoal/profissional, definir o nosso planeamento estratégico, moldar o nosso estilo de liderança e gestão de pessoas e até saber como reagir ao que acontece.  

Vai ser preciso decidir e agir com rapidez e adquirir/reforçar novas competências não só técnicas, como sociais, comportamentais e humanas: para combater a fragilidade, é urgente desenvolver a resiliência, a colaboração e trabalhar a diversidade (seja em equipas, produtos, serviços ou modelos de negócio); contra a ansiedade, precisamos de promover empatia, o mindfulness e a inteligência emocional; para lidar com algo não-linear, é necessário contexto e adaptabilidade; e para encarar o incompreensível, faz-nos falta incrementar a transparência, a intuição, a experimentação e a capacidade constante de aprender a aprender.  

No fundo, este novo paradigma precisou de uma nova linguagem para o descrever… E vai precisar também de um novo mindset para o encarar e explorar daqui para a frente. 


Soluções de aprendizagem CEGOC para encarar o futuro

Para lidar com este cenário BANI cada vez mais desafiador, a requalificação profissional e o desenvolvimento de competências é crucial para acompanhar o passo veloz dos avanços tecnológicos e gerar os melhores resultados de negócio.  Na CEGOC transformamos as Competências em Performance através das nossas soluções de aprendizagem 100% digitais, adaptáveis às necessidades individuais de cada colaborador e ao contexto profissional em que está inserido. Pautadas por uma forte interação humana e desenhadas para impulsionar a transferência da aprendizagem para o contexto de trabalho, estão disponíveis nos seguintes formatos: Full Digital, #UP 4REAL®, Virtual Classrooms e On&Offline. Saiba mais aqui.


*Artigo publicado originalmente na revista Marketeer.

Escrito por

Catarina Correia

Com mais de 16 anos de experiência na área de Marketing e Comunicação, sou uma entusiasta do marketing digital, com uma paixão especial por geração de leads e análise de resultados.

Atualmente, como Head of Marketing & Communication na Cegoc, dedico-me a criar estratégias que não só elevam a marca, mas também enriquecem as experiências de aprendizagem.

No centro do meu trabalho está a vontade de conectar, educar e inspirar através de estratégias de marketing bem pensadas e comunicação autêntica. Acredito firmemente que um marketing eficaz pode, e deve, servir como um catalisador para a aprendizagem contínua e desenvolvimento pessoal e profissional. Em cada projeto que abraço, procuro inovar e trazer novas perspetivas que possam não apenas atingir os objetivos de marketing, mas também enriquecer o setor de L&D com insights frescos e relevantes.

Este é o desafio que me mantém motivada e em constante busca por novas aprendizagens e melhores práticas na interseção entre Marketing, Comunicação e Formação.

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