Videoconferência: 5 ferramentas gratuitas para comunicar à distância

Consultores Cegos

O Google e o Facebook tentam travar o Zoom, a principal aplicação para videoconferência. Existem também soluções alternativas. Como o Jitsi ou o BigBlueButton. Estes disponibilizam serviços seguros, eficientes e de código aberto. Portanto, são de acesso livre e gratuitos. Soluções que devem ser descobertas sem demora.

 

A videoconferência intuitiva: Zoom 

A videoconferência com o Zoom disparou durante o período de confinamento. Com um sucesso superior ao esperado, a empresa californiana foi criticada devido às suas falhas de segurança e pela prática (muito errada) de recolha de dados... Uma boa razão para se procurarem rapidamente outras soluções (como o Jitsi ou o BigBlueButton).

O extraordinário sucesso do Zoom merece, ainda assim, alguma atenção. Como explicar este fenómeno no panorama da videoconferência? O GAFA (Google Amazon Facebook Apple) não o previu. Evidentemente, a aplicação é gratuita, pelo menos na versão "freemium":

  • limitada 100 participantes;
  • 40 minutos no máximo.

Mas o Zoom não é a única aplicação gratuita de videoconferência... é atrativa sobretudo pela fácil utilização. Um objetivo de Eric S. Yuan, o fundador, que aposta tudo numa experiência intuitiva, fluida, "frictionless", conforme o próprio refere. Esta prioridade dada ao design, resumida ao essencial, não deixa de fazer lembrar a visão de Steve Jobs. O Zoom inspirou os seus concorrentes ao apresentar caraterísticas inovadoras, tais como:

  • a exibição dos vídeos em mosaico;
  • os planos de fundo virtuais.

 

Jitsi: um Zoom open source

O Jitsi é uma solução de videoconferência acessível através de um simples site na web. Com uma simplicidade espantosa, o Jitsi não fica atrás do Zoom no que toca à facilidade de utilização. Basta inserir um nome de videoconferência para obter o URL correspondente à sala de reuniões. Depois, é só enviá-lo aos participantes. E é tudo! Não há necessidade de se registar nem de criar uma conta. Sem limite de duração nem limite de participantes.

No que respeita à segurança, as reuniões de vídeo são encriptadas, e até Edward Snowden recomendou a utilização do Jitsi.
 As funcionalidades estão completas:

  • partilha do ecrã;
  • chat;
  • gravação da videoconferência;
  • edição de documento em trabalho colaborativo, via Etherpad.

Poderá mesmo ativar um fundo com efeito desfocado, se necessário. A qualidade do vídeo e do áudio também pode ser ajustada de acordo com a largura de banda disponível.

Como se trata de uma plataforma de código aberto, é possível criar a sua própria aplicação, utilizando WebRTC via Jitsi Videobridge, num servidor empresarial.  O Jitsi está igualmente a atravessar uma fase de enorme expansão, estimando-se que seja utilizado atualmente por cerca de 30 milhões de pessoas.

 

BigBlueButton: uma plataforma de formação online

Igualmente simples e de código aberto. O nome BigBlueButton reflete a ideia de que iniciar uma videoconferência deve ser tão fácil quanto premir um "grande botão azul".

Não tem limites quanto ao número de webcams ligadas (a não ser o que respeita à banda larga). As funcionalidades são muito completas:

  • partilha de voz e de imagem de vídeo;
  • voz sobre IP;
  • apresentações PowerPoint;
  • quadro branco;
  • chat;
  • inquéritos online;
  • subgrupos;
  • integração de documentos PDF e Microsoft Office.

Estão também disponíveis funções de interação não-verbal, como "levantar a mão" ou inserir emojis.

Além de ser uma ferramenta de videoconferência de código aberto e, em vários aspetos, tão eficaz quanto as soluções acima indicadas, o BigBlueButton representa, portanto, uma verdadeira solução de formação online. Graças a um plug-in específico, o BigBlueButton integra-se perfeitamente no Moodle, a plataforma de aprendizagem online mais comum em todo o mundo mundo (LMS, sistema de gestão da aprendizagem).

 

Facebook lança videoconferência com Messenger

O Facebook seguiu também as pegadas do Zoom e lançou uma solução de videoconferência com o Messenger Rooms. Nas salas de vídeo privadas, podem reunir-se até 50 pessoas. Estas vídeoconferências podem ser iniciadas a partir do Messenger, obviamente, mas também a partir de um evento no Facebook ou de um grupo.

Podemos imaginar o interesse dos gestores de comunidade em aumentar a interação com as respetivas comunidades e personalizar novamente o relacionamento que a marca pode estabelecer com o público. Especialmente, porque será possível convidar qualquer pessoa para se juntar a uma videoconferência no Messenger Room, mesmo que não tenham uma conta de Facebook. Cada um dos "Rooms" terá o seu próprio URL, o qual poderá ser partilhado.

É agora possível criar "Rooms" a partir do Messenger, da aplicação Facebook, de um grupo e também de um evento no Facebook. Saiba mais sobre o Messenger Rooms.

 

Google Meet com versão gratuita

O Google Meet, a solução premium de videoconferência do Google, tem também uma versão gratuita.

O gigante de Mountain View utiliza a segurança desta solução como argumento para convencer os utilizadores desanimados pelas falhas do Zoom. O Google Meet, portanto, não autoriza que utilizadores anónimos (ou seja, sem uma conta do Google) participem em reuniões criadas por contas individuais. Esta é uma forma de evitar o "bombardeamento do Zoom" (quando há convites em massa de intrusos numa conferência de vídeo Zoom). Os códigos de reunião são complexos, por norma, limitando intrusões, e as reuniões de vídeo são codificadas.

O Google Meet trabalha diretamente no Chrome (ou em qualquer outro navegador recente) sem a necessidade de instalar qualquer plug-in. O Google foi lançando a sua oferta gratuita de forma progressiva.

Hang Out

Ainda é possível utilizar o Hang Out, o serviço de videoconferência do Google para o público em geral. No entanto, a videoconferência está limitada a dez participantes. Mas o Hangouts permite adicionar desenhos e efeitos, do estilo do Snapchat…

 

Os clássicos da videoconferência: Skype e Teams

Permanecem ainda os grandes clássicos da videoconferência da Microsoft, como o Skype, limitado também a dez participantes, ou a aplicação de trabalho colaborativo Teams, que conheceu também um desenvolvimento sem precedentes. O número de utilizadores ativos diários do Teams atingiu os 75 milhões, no final de abril de 2020. Existe também uma versão gratuita do Teams, sem limite de participantes, mas com recursos reduzidos (sem possibilidade de partilhar ecrã, por exemplo).

Veja também:

  • Webex, pode experimentar gratuitamente e está também disponível uma versão de teste,
  • Adobe connect, oferece uma versão de teste de 90 dias.

 

*Este artigo foi originalmente publicado aqui por Philippe Gerard.


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