As tendências que vão mudar o retalho

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

Greg Copeland, Behavioural Strategist da The Behaviours Agency publicou recentemente um relatório com os principais aspetos que vão mudar a forma como compramos e vendemos nos próximos anos. Partilho as ideias principais para que não fique de fora destas mudanças de paradigma!

 

 

Género

A discussão sobreo género tem-se construído nos últimos anos: chegaram as mudanças ao nívelpolítico, social e cultural.  O retalho nãoé exceção: agora mais do que nunca, os negócios devem focar-se na neutralidadede género, esbatendo a dicotomia entre masculino e feminino.

 

Significado

Os consumidorescomeçam a olhar para além da satisfação material: alimentar a mente é umaprioridade. O significado assume um papel mais relevante do que ter: afelicidade não pode ser comprada! O consumo foca-se em experiências relevantes eno bem-estar (do consumidor, ao produtor e para o ecossistema).

 

Estórias: a importância da narrativa

O consumidorassume o papel de curador das marcas que deixa entrar na sua vida. Ao serinundado com comunicação de marca por todo o lado, assume um papel ativo naseleção das marcas que se podem aproximar. A narrativa (quem, como e porquê)assume um papel de relevo.

 

Desconexão

A tecnologia que prometeucapacitar a sociedade está a sufocá-la. As marcas que abusarem deste medium correm o risco de perverter a ligaçãocom os seus consumidores: a ligação pode ser considerada abuso. Estar offline passa a ser uma necessidade etendência, como resposta à manipulação e dependência tecnológicas. Equilíbrio ebom-senso são palavras chave para a 'reconexão'.

 

Expectativas

A gestão daexpectativa no consumo complexifica-se. O nível de serviço da rapideztecnológica nalguns segmentos passa a ser esperado em todos. A fasquia daexperiência de consumo está mais elevada e há pouca margem para demoras. Gerira expectativa do consumidor de forma positiva é o desafio.

 

O Luxo da interação humana

O desenvolvimentotecnológico tem um custo humano. Cada vez mais o homem é substituído pormáquinas (pontos de venda, atendimento ao cliente...). O que faz com que ainteração humana se torne um serviço de luxo, motor diferenciador de ligação eda experiência de consumo.

 

Analítica avançada

Há muito que sinaisRFID e WiFi fazem parte do contextode compra, permitindo medir e analisar fontes imensas de dados para orientar vendaseficientes e eficazes. Preparem-se: a tecnologia vai medir padrões de movimentodos consumidores com uma precisão de milímetros (incluindo dados biométricos eestados mentais).

 

Blockchain

Já imaginou umagigante base de dados, 100% transparente, descentralizada e inalterável? Osciclos de produção passam a ser transparentes e acessíveis ao consumidor (localde produção, cadeia de distribuição, impacto ambiental...).

 

Retalhistas <=> média

O retalho assumeum papel relevante como distribuidor de conteúdos assim como os média assumemum papel importante como retalhistas. Conteúdo, conteúdo! Quem produzirconteúdos únicos e originais tem um papel de relevo junto do consumidor.

 

Automação

A automação vaimudar a forma como compramos e nos envolvemos com as marcas, ao conjugardiversas forças tecnológicas (IoT, robótica). A inteligência artificial simplificaa vida ao consumidor (o frigorífico que encomenda o produto que acabou) mas tambémelimina o contacto direto entre marca e consumidor no ato da compra.

 

Marcas eretalhistas têm que compreender o papel que têm na vida dos consumidores parase tornar relevantes na construção de relações reciprocamente frutíferas.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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