5 aspectos que aprendi na elaboração (palavra cara) de uma proposta comercial

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach
Alarme: um gajo de marketing a falar de propostas comerciais! Os olhos dos comerciais reviram-se, com todo o palavreado que gostamos de colocar. Pois este gajo do marketing também é comercial e já o fui em “exclusividade” durante 6 anos.

 

 

Tendo passado de um grande grupo para uma “nano” empresa, os recursos, discurso e tempo são escassos, o que, confesso... é ótimo para quem não quer gastar mais do que à conta numa proposta comercial.

 

Capas e encadernações caras, resmas de folhas, anexos, capítulos, missões, valores, e objetivos, project charts, steering whatever, e sinergias aos magotes, o que é que aprendi nestes... ups, 17 anos de vida dupla entre marketing e comercial?

 

Cliente primeiro, em segundo o cliente, em terceiro... o cliente

O tempo mudou. (que novidade...) Podemos investir folhas, discursos e retóricas em explicar quem somos, o que fazemos, o que nos traz cá, mas a probabilidade do cliente passar ao preço é enorme. A atenção é muito limitada e o tempo precioso e por isso porquê “maçar” o cliente connosco?
O que fazer? Referir as necessidades identificadas, como o serviço ou produto vai resolvê-las, investigar um pouco sobre o cliente na internet e redes sociais e apresentar a solução.
Depois no fim podemos “puxar dos galões”.

 

Facilitar a vida de quem decide - Resumo. Vantagens. Benefícios

boa parte das propostas vai ser alvo de “forward” para terceiros. Então façamos uma redação a contar com isso. Nada de jargão, resumo das necessidades, principais pontos, formas de entrega, benefícios e investimento. Há quem não veja o anexo, ou não queira ver e decida por este sumário.
Corremos o risco de ir parar direito à concorrência? Corremos. Mas não corremos sempre?

 

E que tal não chamar de proposta comercial?

O que é que o cliente pediu? Que é que ele precisa, o que é que o produto ou serviço lhe vai dar? Então porque não dar esse nome? Porque é que vamos começar com “Conforme combinado enviamos em anexo a nossa prop..zzzzzzzzzzz”. Porque não dizer ao que vamos, o que vamos resolver “Dos 0 aos 300 convidados em 10 minutos: Como a acreditação vai ajudar no seu evento.” (sim eu sei estou a puxar a brasa à sardinha...)

 

Isto não é para o Prémio Nobel da Literatura

Dezenas de páginas, texto infindável, gráficos incompreensíveis à mente humana, ou então uma forma tão prosaica de descrever as “sinergias, parcerias, honestidade e credibilidade” que até nós ficamos com violinos no ouvido.
Voltemos ao ponto 1 – o cliente quer perceber se lhe ajudamos a resolver uma situação, dor, problema, melhorar o seu status...

 

Preços com desconto e preços-base

Pessoalmente gosto de apresentar o preço final, sem indicação de desconto sobre o preço base (muito menos  com 40% ou 50% de desconto...). Ir com muito desconto soa-me a “você é único mas damos isto a todos, mas a tabela não é alterada há anos, mas o pessoal do marketing quer assim”. Em empresas pequenas, tempo é dinheiro e se for para dar desconto então que se dê mas não logo de chapa na proposta. É discutível, eu sei, mas não dá azo a incompreensões “isto é com ou sem desconto?”, entre outras negociações.

 

Se chegou até aqui, obrigado, se não chegou foi porque a minha proposta não foi convincente.

 

Até (muito) breve!
Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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